A segurança pública está de luto.
A tragédia que se abateu sobre os órgãos de defesa de nossa sociedade na presente data (28/10/2025) há de ficar marcada na triste história do enfrentamento ao narcoterrorismo em nossa cidade (Rio de Janeiro).
Continuamos manietados ao alvitre daqueles que, por força de uma democracia negociada a cada quatro anos, de nós também se utiliza para viabilizar seus interesses, colocando a sociedade num segundo plano e nos submetendo àquilo que lhes interessa.
O problema se complica por conta de um Judiciário que acredita na vitimização dos bandidos e se esquece das vítimas fabricadas por eles. Vivem numa bolha que profetiza uma equidade não observada por quem não cumpre a lei e dela se beneficia por força de um sistema penal e penitenciário falidos, que em vez de ressocializar finda por profissionalizar o condenado, que sabe que o crime compensa por força das benesses legais.
Vemos uma Suprema Corte que, sem ter sido eleita, se intromete na legitimidade dos estados cujos governadores eleitos são os únicos responsáveis pela execução das políticas públicas que melhor lhes aprouvenha em função da realidade diferenciada de cada unidade da federação.
O caos reina e se intensifica a cada dia em nossa cidade, com a dupla vitimização de sempre: a sociedade e as Polícias, pois há quem diga que os traficantes também seriam vítimas dos viciados.
O crime seria o resultado dessa sociedade injusta e desigual que consome drogas e álcool, mas que, afinal, deve arcar com as consequências dessa desigualdade, ainda que a legalidade consista em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
Só o tempo nos mostrará quando e como iremos distinguir essas duas coisas. Mas até lá continuaremos, tal qual a sociedade, sendo apenas números de uma estatística macabra e desigual. As polícias continuam menosprezadas por um governo que não paga a recomposição prevista e aprovada pela ALERJ, cujos servidores, bem como os do Judiciário, merecidamente, já usufruem dessa benesse que há dois anos nos é negada. Policiais, professores, médicos e todos os demais quadros do Executivo são tratados como se marginais fossem, ao passo que o narcoestado avança se escudando nesse vitimismo que insiste em encarcerar lideranças que facilmente são substituídas e colocadas em liberdade pela Justiça, afinal as “Polícias prendem mal”, cujo fato facilita a vida dos julgadores e dos marginais, pois somente aqueles que morrem na defesa da lei, para os seus amigos e familiares, se mostram insubstituíveis.
Pelo visto, a abolição violenta do Estado Democrático de Direito só acontece nas cercanias do poder central, onde os marginais são facilmente conduzidos em ônibus para a Academia da Polícia Federal, sem uma única arma apreendida e sem um único disparo letal ou qualquer resistência oferecida. Vivemos tempos sombrios...
Alexandre Neto - Delegado de Polícia Aposentado
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